O Dia Internacional da Mulher, celebrado todos os anos no dia 8 de março, é um momento para que homens e mulheres de todo mundo festejem o papel da mulher nas diversas atividades humanas, que produzem mudanças positivas, harmonia social e possibilidades de melhoria geral das condições de vida da atual e das futuras gerações.
A data de 8 de março é uma alusão às operárias têxteis de Nova Iorque em greve por melhores condições de trabalho, às mulheres russas que lutavam por paz, pão e terra – e inauguraram a revolução de 1917, além de tantas outras batalhas.
Nesta data, recordamos os êxitos alcançados por numerosas mulheres ao longo da história. E é alentador perceber hoje a presença crescente de mulheres em posições de liderança no cenário local, nacional e internacional. Finalmente, o mundo começa a ter maior consciência e apreço pelas contribuições de heroínas anônimas, cujos nomes talvez nunca chegaremos a conhecer, trabalhadoras de saúde, professoras, líderes comunitárias, mães, filhas, irmãs, políticas, que lenta e humildemente contribuem, diariamente, com seu trabalho e atitudes, para tornar o mundo cada vez melhor. Por isto, temos uma dívida de gratidão e reconhecimento. Devemos-lhes maiores oportunidades para a tomada de decisões e realização pessoal. Devemos-lhes nosso compromisso de apoiá-las em seus esforços para superar os erros de gerações anteriores a respeito da qualidade e da quantidade de suas contribuições para sermos hoje o que somos.
Nesta data, o nosso respeito, admiração e, sobretudo, nossas homenagens a todas as heroínas que fazem parte da nossa comunidade acadêmica e a todas as mulheres que com seus esforços, responsabilidade e amor, nos dão, dia à dia, o pão da educação, nobreza, companheirismo, superação e trabalho.
A elas oferecemos um texto de Martha Medeiros, colaboradora do jornal gaúcho Zero Hora, a maior cronista brasileira da atualidade e autora de vários livros. Esta belíssima crônica, escrita com a habitual leveza e sensibilidade de Martha, traduz toda a força das mulheres anônimas que fazem a diferença na vida de todos nós.
O Mulherão
Peça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1,80m, siliconada, sorriso colgate.
Mulherões, dentro desse conceito, não existem muitas: Vera Fischer, Malu Mader, Letícia Spiller, Adriane Galisteu, Lumas e Brunas.
Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.
Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.
Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana.
Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.
Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.
Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos na natação, busca os filhos na natação, leva os filhos para cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz.
Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, é quem de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.
Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava a roupa para fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.
Mulherão é quem cria os filhos sozinha, quem dá expediente de 8 horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação. Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos, fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios. Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.
Fonte: Assessoria de Imprensa