Um grupo de pesquisa de Rondônia realizou um estudo intitulado “Caracterização morfológica, estrutural e magnética de nanopartículas de ferrita de cobalto sintetizadas em diferentes temperaturas” na revista científica International Journal for Innovation Education and Research de Qualis Capes A2.
- Quais os integrantes do grupo de pesquisa?
A ciência hoje é realizada em grupo, em caráter colaborativo, diferente do passado onde um único cientista descobria e produzia as coisas sozinho. Nesse nosso caso o grupo envolve três professores e quatro acadêmicas.
O grupo é composto pelo professor pesquisador Me. Maicon Maciel F. de Araújo, docente do núcleo de engenharias da Faculdade Metropolitana. O professor trabalha as disciplinas de Teoria Eletromagnética I e II. Disciplina esta que enfatiza conceitos de magnetização, campo magnético e corpos superparamagnéticos. Outro membro docente do grupo é o Dr. Clever R. Stein, que é o pesquisador titular, o Dr. Clever é o pioneiro na pesquisa e está incentivando essa linha de estudo aqui no estado de Rondônia. Destacando o caráter colaborativo, temos como membro um docente colaborador do Instituto Federal do Paraná –IFPR, o professor Moacy José S. Junior. E para fechar o grupo houve a participação de quatro acadêmicas do IFRO: Kétlin S. Alberton, Liza B. R. Monteiro, Anne B. R. Moraes, Raynara V. dos S. P. Bucar.
- Quando começaram os estudos:
Esse tipo de estudo (projeto) é renovado anualmente. Então foi um projeto de dois semestres. Que dependendo dos resultados pode ser renovado para continuidade na investigação ou pode ser renovado com algumas mudanças metodológicas.
- Quais os resultados da pesquisa?
Neste estudo foi realizada a síntese e caracterização de nanopartículas (NPs) de ferrita de cobalto (CoFe 2 O 4 ), sintetizadas por co-precipitação química em meio alcalino. Duas amostras foram sintetizadas em duas temperaturas diferentes, 35 e 90 oC. Ambas as amostras foram caracterizadas por Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM), difração de raios-X (XRD) e magnetização à temperatura ambiente (RT).
Duas amostras mostraram comportamento superparamagnético (SPM) em RT. TEM revela o diâmetro morfológico médio aumentando 5,8 nm a 10,4 nm, com o aumento da temperatura de co-precipitação. O XRD confirma a estrutura espinélica cúbica inversa. As curvas de magnetização RT foram analisadas pela função de Langevin de primeira ordem calculada por uma função de distribuição lognormal de momentos magnéticos. Esta análise mostrou magnetização de saturação e aumento do momento magnético de 60,2 para 74,8 emu / ge de 3,9 x 10 3 para 8,2 x 10 3 m B , respectivamente.
- Toda a pesquisa foi realizada aqui mesmo no Estado?
Não, foi necessário um vínculo colaborativo com a Universidade de Brasília –UnB. Por exemplo: a microscopia eletrônica e a difração de raios X foram realizados nos laboratórios multiusuários(de acesso a pesquisadores que estejam vinculados). Isso só foi possível graças ao vínculo institucional do Dr. Clever Reis com a UnB. Esse processo de começar a pesquisa aqui e termos a colaboração do IFPR e UnB mostra que apesar das limitações tecnológicas não há fronteiras para produzir ciência no país.
- Poderia o Estado investir na Sesau/RO, no sentido de proporcionar o benefício do tratamento às pessoas com câncer?
De fato é uma necessidade de pesquisas como essa em produção e caracterização sejam assimiladas em pesquisas de bionanotecnologia médica ou física médica. Em Rondônia tivemos inúmero pacientes fazendo tratamento fora de domicílio em outros estados e atualmente sequer existe uma graduação em Física Médica aqui no estado.
A importância dessa pesquisa é que, enquanto físicos, produzimos um novo modelo e metodologia de produção de nanopartículas específicas. O próximo passo que é a possibilidade de assimilação dessa pesquisa numa pesquisa clínica dependerá do vínculo colaborativo de outros pesquisadores das áreas médicas. Isso reforça assim mais o caráter multidisciplinar da pesquisa.
. A efetividade da redução do agravamento dependerá de alguns fatores, sendo alguns deles como a biocompatibilidade dessa nanopartícula no sistema imunológico. Uma vez que essa nanopartícula consegue levar ao alvo o fármaco ela se prende a ele. Com um campo magnético externo estamos mudando o spin magnético e isso produzirá dentre outras coisas o aquecimento (hipertermia magnética) que causará a ablação termal. Todo resultado prático tem um começo teórico, foi o que realizamos aqui, a viabilidade da ferrita de cobalto como nanopartícula e metodologia para regular suas dimensões e torna-los superparamagnéticos.
Para ler o artigo na íntegra segue o link abaixo:
Link do artigo : https://www.ijier.net/ijier/article/view/3355
Fonte: Assessoria